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Lauda Sion: Tributo ao Santíssimo Corpo de Cristo

"Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que os vossos pais comeram, e contudo morreram. Quem comer deste pão viverá eternamente." (Jo 6, 56-57)
Tempo Estimado de Leitura: 6 minutos

Lauda Sion: Tributo ao Santíssimo Corpo de Cristo

"Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que os vossos pais comeram, e contudo morreram. Quem comer deste pão viverá eternamente." (Jo 6, 56-57)
Tempo Estimado de Leitura: 6 minutos

A festividade do Corpo de Deus é a solene comemoração da instituição do Santíssimo Sacramento do Altar. Agradecemos e louvamos a Deus neste dia, pelo dom inefável da Eucaristia. A instituição do sacramento se deu, propriamente, na Quinta-feira Santa, mas a lembrança da Paixão e Morte do Salvador, celebrada no dia de hoje, nos permite expansões de alegria.

A Santa Missa composta pelo insigne teólogo e poeta, Santo Tomás de Aquino, é uma explicação das palavras da Sequencia[1] — Panis vivus et vitalis — Pão vivo e que dá vida. Dela fazem parte os trechos mais importantes da Sagrada Escritura sobre a Eucaristia. No Introito[2] agradecemos pelo alimento do céu, a Eucaristia. Ela é para nós “flor de trigo” e “mel do rochedo”, isto é, o Cristo, a lembrança de sua Paixão e de seu Amor. Celebrando a Santa Missa, anunciamos a morte do Cristo. E sob este aspecto, a Eucaristia é um verdadeiro Sacrifício e alimento sobrenatural, símbolo da união e paz entre os fiéis, e penhor da união com Deus. “Omnes in Christo unum”, “Todos somos um só (Corpo místico) em Jesus Cristo”.

Para a celebração dessa solene festa, muitos belos hinos foram compostos ao longo dos séculos, vários deles de autoria do Doutor Angélico, entre os quais estão: Pange Lingua Gloriosi, Adoro Te Devote e Sacris Solemniis.

Também de sua autoria é o “Lauda Sion“, uma sequência prescrita para a Missa Católica Romana em 1264, a pedido do Papa Urbano IV. Convidamos o estimado leitor a meditar esta belíssima composição, reproduzida abaixo em versão bilíngue. Se possível, recomendamos que a meditação se dê em simultâneo com a ausculta do canto, incorporado logo em seguida.

LAUDA SION
Santo Tomás de Aquino
(Sequência de Corpus Christi
)

Lauda, Sion, Salvatorem,
lauda ducem et pastorem
in hymnis et canticis.

Quantum potes, tantum aude,
quia maior omni laude,
nec laudare sufficis.

Laudis thema specialis,
panis vivus et vitalis
hodie proponitur.

Quem in sacræ mensa cenæ
turbæ fratrum duodenæ
datum non ambigitur.

Sit laus plena, sit sonora,
sit iucunda, sit decora
mentis iubilatio.

Dies enim sollemnis agitur,
in qua mensæ prima recolitur
huius institutio.

In hac mensa novi Regis,
novum Pascha novæ legis
Phase vetus terminat.

Vetustatem novitas,
umbram fugat veritas,
noctem lux eliminat.

Quod in cœna Christus gessit,
faciendum hoc expressit
in sui memoriam.

Docti sacris institutis,
panem, vinum in salutis
consecramus hostiam.

Dogma datur Christianis,
quod in carnem transit panis
et vinum in sanguinem.

Quod non capis, quod non vides,
animosa firmat fides,
præter rerum ordinem.

Sub diversis speciebus,
signis tantum, et non rebus,
latent res eximiæ.

Caro cibus, sanguis potus:
manet tamen Christus totus
sub utraque specie.

A sumente non concisus,
non confractus, non divisus:
integer accipitur.

Sumit unus, sumunt mille,
quantum isti, tantum ille,
nec sumptus consumitur.

Sumunt boni, sumunt mali
sorte tamen inæquali,
vitæ vel interitus.

Mors est malis, vita bonis,
vide, paris sumptionis
quam sit dispar exitus.

Fracto demum sacramento,
ne vacilles, sed memento,
tantum esse sub fragmento,
quantum toto tegitur.

Nulla rei fit scissura,
signi tantum fit fractura,
qua nec status nec statura
signati minuitur.

Ecce panis Angelorum,
factus cibus viatorum,
vere panis filiorum,
non mittendus canibus.

In figuris præsignatur,
cum Isaac immolatur;
agnus paschæ deputatur,
datur manna patribus.

Bone pastor, panis vere,
Iesu, nostri miserere,
tu nos pasce, nos tuere,
tu nos bona fac videre,
in terra viventium.

Tu, qui cuncta scis et vales,
qui nos pascis hic mortales,
tuos ibi commensales,
coheredes et sodales
fac sanctorum civium.

Amen. Alleluia!
Sião, louva o Salvador,
Louva o teu guia e pastor,
Nos teus hinos, nos teus cantos.

Tanto podes, tanto ouses,
Em louvá-lo não repouses
sempre excede o teu louvor.

Louva o tema especial
O pão vivo, o pão vital,
Que hoje te é proposto.

O qual da ceia na mesa,
Foi dado, temos certeza,
À turba dos doze irmãos.

Seja pleno, seja forte,
Sonoro no seu transporte,
O eterno louvor da mente.

É hoje a solene festa,
Que nos recorda o que atesta
A sagrada instituição.

Na mesa do Novo Rei,
A Páscoa da nova lei
Põe um fim à Fase antiga,

A sombra foge à verdade.
A velhice à novidade,
A luz elimina a noite.

O que o Cristo faz na ceia,
Manda à turba que O rodeia
Fazê-lo em sua memória.

Herdeiros da tradição,
A hóstia da salvação,
Pão e vinho, consagramos.

Dado é um dogma ao cristão
Em carne se muda o pão.
O vinho se muda em sangue.

Aquilo que tu não vês,
Pela fé, que o afirma crês,
Superando a natureza.

Sob espécies diferentes,
Sinais apenas, latentes,
Se ocultam coisas exímias.

Alimento verdadeiro.
Permanece o Cristo, inteiro,
Quer no vinho, quer no pão.

Não o parte quem celebra,
Não o rompe quem o quebra,
Mas inteiro é recebido.

Um come, mil comem dele,
Quanto estes, tanto ele,
Nem comido se consome.

Comungam, justo e perverso,
Mas seu destino é diverso,
Pois recebem vida e morte.

Morte do mau; do bom vida,
Vê como a mesma comida
Produz efeitos contrários.

Se é partido o sacramento,
Não vaciles um momento,
Tanto está no fragmento,
Como no todo encerrado.

O Corpo não é partido,
Só o símbolo é rompido,
Mas não é diminuído
Nem se muda o que contém.

Eis o pão que os Anjos comem,
Transformado em pão do homem,
Só os filhos o consomem,
Não seja lançado aos cães.

Em tipos prefigurado,
Foi em Isaac imolado;
No Cordeiro aos pais foi dado,
E, no deserto, em maná.

Bom Pastor, pão de verdade,
Piedade, Jesus, piedade,
Guardai-nos na caridade,
Transportai-nos à cidade,
Onde os vivos Vos contemplam.

Vós que a tudo sustentais,
Que aos homens apascentais,
Fazei a nós comensais,
Coerdeiros imortais,
Dos santos concidadãos.

Amém. Aleluia!

Notas:

1.   No rito tridentino da Santa Missa, sequencia é um hino cantado imediatamente antes da proclamação do Evangelho, em algumas festas solenes, como a de Corpus Christi.

2.   O introito constitui uma das primeiras orações feitas ao pé do altar, pelo sacerdote, no início da Santa Missa Tridentina.


Referências:

1.   Missal Romano Cotidiano, por D. Gaspar Lefebvre, edição de 1963, p. 586-593.

2. Liturgia Diária – Festa do SSmo. Corpo de Deus. Disponível em: <https://irmandadedocarmo.org/2021/06/02/liturgia-diaria-festa-do-ssmo-corpo-de-deus-3/>. Acesso em: 03/06/2021.

Maria Sempre!

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