Uma epopeia. Assim podemos definir a história do retorno da Missa Tridentina em Montes Claros. Tudo começou de modo espontâneo e natural há mais de 15 anos. Jovens adultos leigos pertencentes à Sociedade da Santíssima Virgem Maria (SSVM), admirados pelos tesouros da tradição da Igreja, se encantavam pelos sagrados mistérios da Missa tradicional. Sopro do Espírito? Não duvidamos. Logo se juntaram a eles outros fiéis que nutriam o mesmo amor pela beleza, sacralidade e solenidade da Missa antiga. Com o advento do Motu Proprio “Summorum Pontificum”, novas portas se abriram para que esta Missa, direito dos fiéis, “nunca ab-rogada”, como ressalta o atual bispo emérito de Roma, fosse finalmente (re)celebrada no sertão norte-mineiro.
Tínhamos o apoio do então arcebispo emérito de Montes Claros, D. Geraldo Majela de Castro, que entendia nosso desejo sincero e nos auxiliava diplomaticamente, inclusive em comunicações com o agora ex-arcebispo D. José Alberto Moura. Depois de um período de tratativas, e munidos de um abaixo-assinado, iniciado em 2011, colhemos mais de 400 assinaturas de católicos que pediam a Missa Tridentina. D. José, solícito, paternal e sensível, concedeu-nos benevolamente, em 2012, aquilo a que há tanto aspirávamos. Foi-nos dada a Matriz para, aos sábados pela manhã, realizarmos o nosso intento. Nada mais justo do que devolver à cidade, no exato ponto onde ela nasceu, a Missa celebrada àquela época.
Coube então ao saudoso Pe. Henrique Munáiz Puig, S.J., de feliz memória, assumir rezar a missa para nossa comunidade de fiéis. As dificuldades eram muitas. Sem poder ao menos guardar as alfaias e paramentos necessários na sacristia da igreja, tínhamos que transportá-los para cada uma das celebrações. E isto sem falar no próprio transporte do padre, já quase octogenário, que precisava do nosso traslado. Pe. Henrique levou com galhardia a reza da Missa; às vezes se apoiava nos bancos na hora do sermão, pois sua saúde dava sinais de que já não era a mesma. Finalmente, reconheceu que não reunia mais força física para tal empreendimento. Assumiu, então, a titularidade da capelania informal dos fiéis da Missa o Pe. Gledson Eduardo Miranda Assis.
Pe. Gledson, sempre muito esforçado a atencioso conosco, deu seguimento às missas. Já fôramos auxiliados certa vez também pelo Monsenhor Alencar, que engrossou nossas fileiras, porém sem dar continuidade posteriormente devido a enfermidades. Do mesmo modo, outro sacerdote que aceitou celebrar para nós foi o frei Augusto Uiterwaal, O.F.M. Conv., fato que só não se concretizou devido ao passamento deste, na semana em que ocorreria a sua primeira Missa.
Em 2014, a Igreja Matriz sofreu uma grande restauração e ficamos sem templo até nos ser concedido, por Dom José Alberto, o Santuário do Bom Jesus, em abril de 2015, quando fomos benignamente acolhidos pelo pároco da Catedral, Pe. Valdo. Entrementes, em 2016, D. José decidiu por bem nomear o Pe. Deângeles Araújo para, a partir do início de 2017, ser o novo responsável pelas celebrações. Pe. Deângeles, muito caridoso e prestativo conosco, pároco na cidade de Claro dos Poções, vinha às segundas-feiras, seu dia de folga, para atender a nossa necessidade pastoral.
Por fim, Dom José decidiu designar o Pe. Michel Valério, O. Praem., como novo capelão responsável, a partir de 2018, o qual achou por bem levar as celebrações para a sua paróquia, Nossa Senhora Rosa Mística, onde somos muito bem acolhidos e escutados. Destaque que agora temos as datas de Missas Tradicionais na agenda oficial da paróquia, somos convidados a participar de reuniões com as demais lideranças dos outros grupos paroquianos ou mesmo a orientar por palestras os fieis quanto ao Rito Romano na sua forma extraordinária. Ou seja, estamos incluídos numa paróquia, algo que nunca tivemos antes por onde a Confraria da Missa passou.
Esse é o breve histórico do retorno da Missa Tridentina em Montes Claros. Deus é nossa testemunha de todo empenho e oração que nos custou a manutenção de tão grande herança eclesial e litúrgica. Tribulações não nos faltaram, porém… o que de grande se faz sem a cruz? Louvamos o Senhor, pois em nós e através de nós tem feito um grande bem a muitos.
Respostas de 2
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!!!
Maravilhoso este testemunho de vocês. Mostra-nos que, mesmo sendo árduo, é possível termos a missa tridentina nas paróquias onde se celebram o novo ordo missæ.
Salve Maria!!!
Prezado Sr. Antônio,
para sempre seja louvado!
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Maria Sempre!