Aborto: supremo assassinato

Em plena época de pandemia internacional, que já dizimou dezenas de milhares de vidas mundo afora, o Supremo Tribunal Federal pauta mais uma vez o assassinato de crianças no ventre materno.
Tempo Estimado de Leitura: 12 minutos

Aborto: supremo assassinato

Em plena época de pandemia internacional, que já dizimou dezenas de milhares de vidas mundo afora, o Supremo Tribunal Federal pauta mais uma vez o assassinato de crianças no ventre materno.
Tempo Estimado de Leitura: 12 minutos

“Antes de te formares dentro do ventre de tua mãe, antes que tu nascesses, te conhecia e te consagrei.” (Jr 1, 5)

Ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida…” (Dt 30, 19)

Uma guerra sem precedentes em toda a História vê-se travada no mundo atual. Jamais se viu tanta sede por sangue inocente como nos tempos de hoje, em que uma sanha diabólica por assassinar crianças, ainda no ventre de suas mães, ganha tons cada vez mais contundentes e põe às claras o verdadeiro arquiteto de tal maquinação: Satanás.

Com efeito, não é difícil demonstrar que o Inimigo da vida inocente é, antes de tudo, o mesmo que, desde a queda de Adão, persegue o gênero humano, como cão raivoso e sedento por fazer perder as almas.

Enquanto o Divino criador é amante da vida humana desde a sua concepção (no ventre materno), infundindo-lhe, nesse mesmo instante, uma alma imortal, bem como suas características físicas e psicológicas, o Inimigo, numa ação diametralmente oposta, passa a detestar essa mesma nova criatura com um ódio infernal e, se lhe fosse possível, quereria  mesmo arrebatá-la, desde já, para o seu reino de trevas, de modo a impedi-la de um dia amar de volta o seu Criador. Mas não podendo fazê-lo, ao menos encontra alguma satisfação em privá-la da graça batismal, impedindo seu primeiro sopro de vida, através do aborto.

Para demonstrar de modo incontestável o amor de Deus pela vida humana intrauterina, valhamo-nos da própria Escritura Sagrada. Ao profeta Isaías, o Próprio Deus fez a seguinte revelação:  “Antes de te formares dentro do ventre de tua mãe, antes que tu nascesses, te conhecia e te consagrei”.[1] Lendo essa passagem, quem ainda ousaria duvidar da vida de um feto e do amor que Deus tem pelo homem, antes mesmo de seu nascimento?

E para tornar ainda mais evidente o quão verdadeira é a assertiva de que a vida começa na concepção, quis o Criador, em sua excelsa sabedoria, operar o primeiro milagre da graça por meio de um embrião. Com efeito, assim que a Virgem Santíssima recebera a notícia de que seria a Mãe do Salvador, deu Sim à vida e partiu para a região montanhosa, dirigindo-se às pressas para uma cidade da Judéia”, onde morava Isabel[2]. Tão logo ouviu Isabel  a saudação de Maria, o seu filho, João Batista, um feto de 26 semanas, pulou de alegria no ventre materno. Eis que um embrião santificava um feto, um prenúncio de que tal fato se constituiria a mais contundente prova-argumento a respeito do início da vida.

Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel

Aqui, novamente se vê uma clara oposição entre a ação Divina e a ação do Demônio: por um lado, a Virgem Santíssima subindo a região montanhosa para louvar a vida, e por outro lado os sequazes de Satanás, no mundo moderno, descendo a ladeira da perdição eterna, chafurdando no mais fundo do poço para armar seus laços contra a vida.

Em agosto de 2018, o Supremo Tribunal Federal promoveu o que foi chamado de “debate público” sobre o aborto, onde profissionais da saúde, do Direito, professores, um bispo, um sacerdote, entre outros, debateram sobre o tema. Em discussão esteve a legalidade ou não de se abortar uma criança com menos de doze semanas de vida, tema da ADPF 442. Obviamente, numa sociedade sadia o assassinato de bebês jamais deveria estar em pauta de discussão, tampouco de votação. Mas sabemos que não vivemos numa sociedade sadia, e que o Inimigo da salvação dos homens não descansa em seus sórdidos intentos. O Padre Paulo Ricardo, no dia 07/08/2018, fez grave denúncia contra a ação da Suprema Corte do país no artigo intitulado “STF e o aborto: um ‘teatro armado'”[3]. Nesse artigo, é citada a exposição do Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, representante da CNBB. Vejamos um breve trecho de tal exposição:

“Esta audiência não se presta para o fim a que foi convocada. Presta-se apenas para legitimar o ativismo desta Corte. Está-se fingindo ouvir as partes, mas na realidade está-se apenas legitimando o ativismo que virá em seguida. A prova é que os que defendem o reconhecimento do aborto como direito tiveram bem mais do que o dobro do tempo e bem mais do que o dobro de representantes dos que defendem a posição contrária…”

Esse trecho da exposição do Pe. José Eduardo transmite a forte ideia de que todo e qualquer argumento, ainda que cabal e invencível, a favor da vida poderá estar sendo lançado a ouvidos moucos, e sumariamente ignorado por um clã de julgadores togados e pretensos paladinos do direito e da justiça. Ademais, a máquina estatal àquela época tinha dado outra prova recente de promoção ao aborto, quando, em julho de 2018, o Governo Federal, sob o comando do então presidente Michel Temer, destinou verbas para a ONG “católicas pelo direito de decidir”, um grupo de mulheres que, há muito, usurpam o título de católicas para militarem em favor do assassinato de crianças, um tremendo absurdo e ofensa contra Deus e Sua Igreja.

Neste ponto da leitura, convém informar aos leitores sobre uma grande farsa orquestrada pelas instituições que militam em favor do aborto: a farsa dos números. Para isso, recomendamos que assistam ao breve vídeo abaixo, que demonstra de modo cabal as mentiras do movimento abortista acerca desses números:

os números do aborto

E eis que neste dia 24/04/2020, em plena época de flagelos por que passa a humanidade, com a pandemia do coronavírus, o Supremo Tribunal Federal iniciou mais uma deliberação sobre o flagelo do aborto. E por um motivo tão sórdido que lembra o eugenismo de Hitler: o “direito” de uma mulher, que contraiu o zika vírus, poder realizar o aborto, ante a mera “possibilidade” de a criança ter uma má formação cerebral (microcefalia).

Longe dos palanques em que estão acostumados a impor suas decisões ao povo, ao arrepio da lei humana e sobretudo da Lei Divina, os ministros estão a deliberar e a decidir, de suas casas, por meio de sessão virtual, sobre o destino de inúmeras vidas inocentes. Trata-se do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5581, ajuizada pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP). Graças ao bom Deus, as orações de uma miríade de católicos espalhados pelo Brasil estão sendo atendidas. Até o momento a votação está com o placar de 5 x 0 contra o pedido intentado pela ANADEP, tendo votado os seguintes ministros: Cármen Lúcia (relatora), Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

Apesar da boa notícia, que representa um grande alento para todos que militam pela vida, é mister que não se baixe a guarda. Com efeito, ainda falta a manifestação de outros 6 ministros. E bem sabemos que o STF já se manifestou a favor do aborto anteriormente[4]. Sendo assim, redobremos nossas orações em favor da vida, suplicando a Deus que nos livre de uma vez por todas do terrível mal do aborto.

criança abraça bebê com microcefalia

Hoje a discussão é se uma mãe com zika vírus pode matar seu filho; em 2018, a discussão era se um feto com menos de 12 semanas podia ou não ser considerado humano. E amanhã, o que será? Estarão deliberando sobre se uma mãe com histórico de coronavírus pode ou não matar seu bebê, para evitar que ele nasça doente?

Uma coisa é certa: a luta pela legalização do aborto não parará por aí. Uma vez alcançado seu intento (Deus não o permita jamais!), o movimento tentará avançar gradativamente. De 12 semanas passarão a 24, depois tentarão a “legalização” completa em qualquer período gestacional. Após isso, buscando derrubar sucessiva e desenfreadamente a dignidade da vida humana, buscarão até mesmo a aprovação do infanticídio, de crianças doentes ou não (qualquer semelhança com o que já acontece em alguns países não será “mera coincidência”), tudo em nome do conforto e do prazer de uma sociedade que vê filhos como problemas e animais domésticos como diversão. Será uma paródia satânica à ação de Herodes, que vendo seu conforto e poder ameaçados por uma criança, e tentando vitimá-la com a morte, ordenou que se matassem um sem-número de inocentes para salvar seu reino. É o que hoje busca fazer Satanás, príncipe deste mundo: assassinar crianças para continuar reinando no coração do homem deste século.

A despeito de todo o ímpeto da ação demoníaca em favor do aborto, que atormenta esta Terra de Santa Cruz, coloquemos toda nossa confiança no Deus da Vida, e peçamos-Lhe, sem cessar, que destrua os intentos malditos do príncipe da morte, pela intercessão daquela que deu o mais importante Sim à Vida!


Referências:

1.   Jr 1, 5.

2.   Dt 30, 19.

3.   STF e o aborto: um teatro armado. Disponível em: padrepauloricardo.org/blog/stf-e-o-aborto-um-teatro-armado. Acesso em 26/10/2018.

4.   Em 12/04/2012, ao julgar a ADPF 54, o STF foi favorável à descriminalização do aborto nos casos de feto com anencefalia (ausência parcial do encéfalo). A atual ADI 5581 pede a liberação do aborto nos casos de “possibilidade” de o feto vir a sofrer microcefalia (desenvolvimento reduzido do cérebro), quando a mãe possui zika vírus. Tal fato demonstra que a agenda abortista, visando ao alcance da liberação total do aborto, caminha de passo em passo, a exemplo do que faz em outros países, e se utiliza de várias estratégias e argumentos para tal.

Nota da Edição do Site: A opinião dos articulistas não reflete necessariamente a posição da Sociedade da Santíssima Virgem Maria.

Maria Sempre!

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