Num vídeo ainda inédito, até onde sabemos, o Cardeal Arcebispo de São Paulo e ex-papabile D. Odilo Scherer fez uma série de confissões acerca da presente polêmica envolvendo a atual Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021.
D. Scherer diz que a CF é uma “campanha de evangelização popular”, pois na Quaresma “somos chamados a nos convertermos mais e mais ao evangelho”. Em seguida, D. Scherer admite que o texto-base da CF 2021 não foi feito pela CNBB, e sim pelo CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs), e que tal texto está sofrendo “acusações infundadas” e críticas advindas de “paixão antiecumênica” (seja lá o que S. Emª. com isto queira dizer). O cardeal ainda acusa os críticos de “esquecer o foco” da campanha. Mas, por volta de 4 minutos e 30 segundos do vídeo, o cardeal confessa que na CF há “posições que podem ser criticadas, não compartilhadas”, e que “eu talvez não estou de acordo com uma série de questões”. Por fim, paradoxalmente afirma S. Emª que “pode criticar, sim, mas com base”, “vamos esquecer essa polêmica” e que “vamos criticar, com serenidade”.
Com todo o respeito devido a um príncipe da Igreja, mestre da verdade e assistente direto do Santo Padre o Papa, perguntamos:
Os excelentíssimos bispos do Brasil não viram nenhum problema em hipotecar a feitura do documento para um grupo de “pastores” hereges protestantes, como os que constituem grande parte do CONIC? Tanto o presidente do CONIC, Inácio Lemke, como sua vice-presidente, Anita Sue Wright, além da própria secretária-geral, pastora Romi Bencke, são protestantes, e essa última se destaca por seu esquerdismo. É assim que nossos pastores zelam pelo alimento doutrinal dado às suas ovelhas? Não sentem que, fazendo assim, estão descurando a vigilância a eles atribuída diretamente pelo Bom Pastor e confirmada pelo Papa? Se podemos criticar devidamente a CF 2021, não seria de bom alvitre que competentes teólogos da robusta estrutura da nossa conferência episcopal nos indicassem, judiciosa e circunspectamente, em que as críticas feitas até o momento foram infundadas e injustas? Com a palavra nossos bispos, e esperamos que não sejamos eternamente confundidos.