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Festa do Sagrado Coração de Jesus

Nesta Festa do Sagrado Coração de Jesus, convidamos-lhe a meditar um pouco mais na profundidade do insondável amor de Cristo por nós
Tempo Estimado de Leitura: 5 minutos

Festa do Sagrado Coração de Jesus

Nesta Festa do Sagrado Coração de Jesus, convidamos-lhe a meditar um pouco mais na profundidade do insondável amor de Cristo por nós
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O Protestantismo no século XVI, e o Jansenismo no século XVII, haviam procurado desfigurar um dos dogmas essenciais ao Cristianismo, que é o amor de Deus por todos os homens. Era necessário que o Espírito de amor que dirige a Igreja encontrasse um novo meio de opor-se à heresia invasora, a fim de que a Esposa de Cristo, longe de ver diminuir o seu amor a Jesus, o sentisse crescer sempre mais. É no culto católico essa regra tão certa de nossa fé, que se realizou essa manifestação pela instituição da festa do Sagrado Coração. O Ofício do dia mostra o progresso vitorioso do culto do Sagrado Coração no curso dos séculos. Desde os primeiros tempos, os Padres, os Doutores e os Santos celebraram o amor de nosso Redentor e disseram ser a Chaga feita no lado de Cristo a fonte oculta de todas as graças. Na idade média, as almas contemplativas tomaram o costume de penetrar por essa Chaga do Salvador, até ao seu Coração ferido de amor pelos homens. Diz S. Boa ventura: “O vosso Lado foi aberto para que pudéssemos nele entrar. O vosso Coração foi ferido para que pudéssemos nele abrigar-nos contra as agitações do mundo.”

As duas virgens beneditinas, Santa Gertrudes e Santa Mechtilde, no século XIII, tiveram bem nítida visão de toda a grandeza da devoção ao Sagrado Coração. São João Evangelista, aparecendo à primeira, anunciou-lhe que “a linguagem das benditas pulsações do Coração de Jesus, por ele ouvidas, quando repousava sobre o seu peito, estava reservada para os últimos tempos, quando o mundo envelhecido e arrefecido no amor divino, deveria aquecer-se pela revelação desses mistérios”. Esse Coração, dizem ambas as Santas, é um altar sobre o qual o Cristo se oferece ao Pai como hóstia perfeita e inteiramente aceita. É um turíbulo de ouro de onde sobem ao Pai tantas espirais de incenso quantos são os homens para quem o Cristo sofreu. Nesse Coração os louvores e as ações de graças por nós prestados a Deus e todas as nossas boas obras ficam enobrecidas e tornam-se agradáveis ao Pai. Mas, para estabelecer esse culto público e oficial, a Providência suscitou primeiro a S. Eudes, o qual compusera já em 1670 um ofício e uma Missa do Sagrado Coração para a Congregação dita dos Eudistas. Em seguida foi escolhida uma das filhas espirituais de S. Francisco de Sales, Santa Margarida Maria Alacoque, à qual Jesus mostrou o seu Coração em Paray-le-Monial, aos 16 de Junho de 1675, domingo da festa do Corpo de Deus, e pediu-lhe fosse estabelecida uma festa do Sagrado Coração na Sexta-feira que segue a Oitava do Santíssimo Sacramento. Finalmente Deus empregou para propagar essa devoção o santo religioso Cláudio de la Colombière, da Companhia de Jesus, a qual, toda inteira, herdou o seu zelo em propagar a devoção ao Sagrado Coração. Em 1765, Clemente XIII aprovou a festa e o ofício do Sagrado Coração e em 1856 Pio IX estendeu-a à Igreja universal. Em 1929 Pio XI fez uma nova Missa e novo Ofício do Sagrado Coração acrescentando-lhes uma Oitava privilegiada.

Vindo após todas as festas de Cristo, a solenidade do Sagrado Coração as completa, condensando-as todas em um único objeto que, materialmente, é o Coração de carne de um Deus, e, formalmente, a imensa caridade cujo símbolo é esse Coração. A festa não se relaciona com qualquer mistério particular da vida do Salvador mas os abrange a todos (2). É a festa do amor de Deus pelos homens, amor que fez Jesus descer à terra para todos por sua Encarnação, para todos subir à Cruz para nossa Redenção e diariamente descer para todos pela Transubstanciação, a fim de aplicar-nos os frutos de sua morte sobre o Gólgota. Estes três Mistérios nos manifestam de modo mais especial a caridade divina de Jesus no curso dos séculos. É o seu amor que o levou a revestir-se de um corpo mortal, seu amor que quis fosse esse Coração traspassado sobre a Cruz a fim de emanar em torrentes de misericórdia e de graças onde podemos haurir com alegria a água que no Batismo nos purifica de nossos pecados e o Sangue que na Eucaristia alimenta as nossas almas. E como a Eucaristia é o prolongamento da Encarnação e a continuação do Calvário, pediu Jesus fosse a festa colocada imediatamente após a Oitava do Santíssimo Sacramento. As manifestações do amor de Cristo, fazendo realçar ainda mais a ingratidão dos homens que não lhe correspondem senão pela frieza e indiferença, sempre maior, esta solenidade apresenta essencialmente um caráter reparador, que comporta a detestação e expiação de todos os pecados a causa atual da agonia ressentida pelo Coração de Jesus ha dois mil anos. Se então Ele previu as nossas faltas, também conheceu antecipadamente a nossa comunhão aos seus sofrimentos sendo-lhe isso motivo de consolação nas suas penas. Visa, sobretudo as Santas Missas e Santas Comunhões onde nos tornamos todos os dias, hóstias com a grande Hóstia oferecendo a Deus, nas mesmas disposições do Sagrado Coração em todos os atos de sua vida, no Calvário e agora no Céu, todas as nossas penas e sofrimentos generosamente abraçados. Esta participação à vida eucarística de Jesus é o grande meio de reparar com Ele e entrar plenamente no espírito da festa do Sagrado Coração como Pio XI o desenvolve explicitamente na sua Encyclica Misererdissimus.


Referência bibliográfica:
LEFEBVRE, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Rio de
Janeiro – RJ: Vozes, 1940, p. 856 – 857.

Nota da Edição do Site: A opinião dos articulistas não reflete necessariamente a posição da Sociedade da Santíssima Virgem Maria.

Maria Sempre!

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